quarta-feira, 29 de julho de 2009

Ui, ui, uuuui! 15 anos sem o Mussum



Hoje faz 15 anos que o Brasil perdeu o seu mais simpático comediante. Em 29 de julho de 1994, aos 53 anos, Kid Mumu da Mangueira se pirulitava da terra para o grande retiro dos artistas no céu, onde as nuvens são verde-e-rosa, as árvores tocam tamborim, os forevis ficam de fora e o mé jorra nas cachoeiras.

Mussum ou Antonio Carlos Bernardes Gomes é o comediante símbolo de uma época do humor politicamente incorreto. Ele podia ser trapaceiro, podia ser vagabundo, podia ser bêbado, podia ser chamado de azulão, grande pássaro, morcegão, cromado entre outras denominações ofensivas à raça negra. Isso tudo em um programa adorado pelas crianças e assistido aos domingos às sete da tarde por toda a família.

Antônio nasceu em 7 de abril de 1941, no morro da Cachoeirinha, no Lins, zona norte do Rio, mudando-se depois para a rua São FranciscoXavier, em frente ao morro da Mangueira. Em seguida estudou num colégio interno, onde estudou por nove anos, se formando no curso técnico de ajustador mecânico.
Em seguida serviu as forças armadas (de onde você acha que saiu todo aquele know how no quadro com o Sargento Pincel?), na Aeronáutica, entrou para um movimento cultural chamado “Caravana Cultural de Música Brasileira de Carlos Machado”, que o possibilitou a fazer parte do grupo “Os Sete Modernos” rebatizado de "Os Originais do Samba" e excursionar pelo mundo com vários sucessos como "Assassinaram o Camarão".

Em 1969, Mussum estreou na TV no programa Escolinha do professor Raimundo na TV Tupi (sim a Escolinha não foi inventada nos anos 90). Foi durante a participação com os Originais em musicais na TV Globo que conheceu Dedé Santana, que em 1974, o convidou para fazer parte dos Trapalhões. Durante um tempo Mussum se dividiu entre o grupo de pagode e o trabalho com Os Trapalhões, até decidir se que se dedicaria somente ao grupo humorístico.

Sua primeira participação no cinema foi com o personagem Guarda Azevedo no filme Trapalhão no Planalto dos Macacos. Ao todo fez 27 filmes e mais de vinte anos de participações televisivas.


Erros de gravação com o mussum

Mussum também inaugurou um jeito de falar único e exclusivo colocando um “sufixis” “is” e “evis” no final de cada frase. Uma provável homenagem ao amigo e colega de “sindicatis”, outro pioneiro do humor Grande Otelo (Inclusive foi ele quem inventou o apelido “Mussum”). Existe até um corretor Ortográfico para escrever como o Mussum, o Mussumgrapher. Entre seus bordões clássicos estão: “negão é teu passadis “cacildis”, “vou me pirulitar”, “só no forévis”, “glacinha!”, "quero morrer pretis se eu estiver mentindo" e “mé” (mel, uma gíria para cachaça)!


Pra lembrar, um clássico do Mumu da Mangueira

Depois de décadas de sucesso total na TV, o primeiro grande golpe que os trabalhões sofreram foi a morte de Zacarias em 1989, decorrente de complicações respiratórias, Mussa morreu quatro anos depois devido a complicação de um transplante de coração, mas seu legado e importância fez com que hoje uma grande homenagem esteja sendo articulada pela internet, o #mussumday.


Mussum ganhou um museu na escola de Ricardo Albuquerque, no interior do Rio de Janeiro, onde guarda roupas, filmes e instrumentos musicais que pertenceram ao comediante. Mussum Forevis!


Matéria no Jornal Nacional sobre a morte do Mussum

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