segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Pérolas do Cinema (#3)

The Wrestler (2009-Darren Aronofsk)


Como já disse várias vezes Rubens Edwald Filho, o Galvão Bueno das transmissões cinematográficas, Mickey Rourke é um figuraça. Mickey, como muitos sabem, abandonou o cinema depois de algumas atuações interessantes como em “Coração Satânico” para se dedicar ao Boxe profissional. Depois de muitos anos, umas tantas lutas, muitos ossos, dentes quebrados e um rosto arruinado, o ator decidiu voltar às telas. O primeiro desafio foi um tanto simples, no super-cult “Sin City”, Rourke interpretou o brutamontes Marv, que parecia ser o papel perfeito pra ele. Até agora.

The Wrestler, conta a História de Randy "The Ram" Robinson, um lutador que teve seu auge na década de oitenta e agora sustenta uma patética e fracassada vida como lutador das divisões de “várzea” da federação americana de luta-livre, morando em um trailer e vivendo entre inferninhos e lutas em ginásios fedorentos. Interessante notar como, em diversos momentos, a câmera segue o protagonista sempre pelas costas, como se sua luta não se restringisse apenas aos ringues.

O ponto de virada de Randy acontece quando ele sofre um ataque cardíaco durante um violentíssimo combate no “ringue da morte” e é proibido de fazer qualquer exercício pesado pelos médicos. É quando o protagonista tenta acertar sua vida restabelecendo laços com sua filha, arrumar um emprego “formal” e acertar a vida amorosa com a stripper Pam, interpretada com muita sensibilidade e competência por uma (aos 44 anos) sensualíssima Marisa Tomei.

Parece mais um cinemão americano né? Mas não, The Wrestler é um filme diferente e bastante reflexivo sobre o real significado do sucesso e do fracasso.

Mickey Rourke está realmente muito bem, mostrando que apesar deste ser um papel perfeito pra ele, vai além de um filme onde o ator interpreta a si mesmo (como cansou de resmungar Edwald Filho na transmissão do Globo de Ouro) e mereceu as indicações de melhor ator no Oscar, Actors Gild e o prêmio no Globo de Ouro. É interessante ver o grandalhão fragilizado, abandonado na velhice com seus óculos de grau e aparelho de surdez. O filme, dirigido por Darren Aronofsky também ganhou o Leão de Veneza e é na minha opinião uma produção memorável. Uma espécie de anti-Rocky, que fala que o sonho americano nem sempre é recheado de glórias e redenções.

O treiler é esse aqui

Cena de destaque: A conversa de Randy com o garoto da vizinhança, que enquanto jogam um jogo de luta livre (estrelado pelo próprio The Ram) no Nintendo 8 bits, discutem sobre o jogo "Call of Duty - Modern Warfare".

Cena para esquecer: O provavelmente acidental merchã da Igreja Universal do Reino de Deus na cena do lado de fora da loja de roupas. (pode ser visto também aos 00:57 do treiler oficial)

Cotação PPP: No fim do filme, o recém-nascido saiu berrando enlouquecido: “RAM JAM! RAM JAM! RAM JAM!”

Nenhum comentário:

Postar um comentário