quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Beatles Rock Band - Did you say you want a revolution?

Afinal o que o esperado jogo dos Beatles tem?

Eu sempre digo que as músicas dos Beatles foram escritas com sangue de cabra na encruzilhada. Nada, a não ser movido por forças ocultas, pode atravessar três gerações completamente intocável, fazendo tanto sucesso, mesmo sem lançar material inédito há 30 anos. Brincadeiras a parte, é só reparar em qualquer show de covers dos Beatles para verificar o que estou falando: crianças de 5 anos ao lado de idosos de 70 cantando juntos as canções dos ingleses. Em que outro evento você encontra algo assim, espontaneamente?

Pois bem, quando eu pensava que o fenômeno finalmente estava se dissipando e que não havia mais nada para conquistar, os Beatles ressurgem prontos para conquistar uma quarta geração de fãs.

Depois de jogar Beatles Rock Band por um fim de semana inteiro finalmente me sinto à vontade para fazer algumas considerações. Para entender o impacto deste jogo, precisamos definir as três parcelas de público que ele se destina. 1- Fãs dos Beatles, 2-Fãs de Rock Band, 3- Novatos.

Para os fãs dos Beatles é uma agradável viagem do início ao fim. As imagens, o design limpo e delicado, a apresentação inicial de arrepiar. A seleção de músicas segue uma lógica diferente do que eu esperava, ao invés de apenas hits, a songlist procura fazer uma seleção justa das melhores participações de cada Beatle em cada álbum (todos estão representados), e privilegiando as músicas mais animadas, com linhas de baixo e guitarra mais marcantes. O lado bom disso é que você encontra lados B de rock muito legais como “Hey Bulldog”, “Helter Skelter” e “I Want You”. O lado ruim é que praticamente todas as músicas que o Ringo gravou com sua voz monocórdia estão lá. Tanto as boas (“Octoppus Garden”, “With a Little Help...”) , quanto as fraquinhas (“Boys” e “I Wanna be your Man”). Nessa caso a democracia falou mais alto. Resumindo é uma seleção justa, mas que, como sempre, vai incomodar alguns fãs (como assim não tem “A Day in the Life? E Strawberry Fields Forever?) Mas enfim, assim é a vida, vamos esperar a loja virtual.

O modo história é muito divertido, você atravessa os oito anos dos beatles na ativa reproduzindo os shows no Cavern, Ed Sullivan, Shea Stadium, Budokan, Estúdios da Abbey Road e o famoso show do telhado. Como prêmios para cada fase existem bônus escondidos. São gravações, histórias e fotos raras, para o deleite de qualquer beatlemaníaco.

Para os Fãs de “Rock Band” existem algumas coisas que podem incomodar. A ausência do efeito “bend” da alavanca da guitarra, que está ali só de enfeite é uma delas. Ao que parece, buscou-se sempre a integridade das canções dos Beatles, então improvisos estão vetados. Outra coisa que me incomodou foi a impossibilidade de ajustar o áudio durante a música. Você tem a opção de diminuir a voz líder nas opções principais, mas nunca pode eliminá-la, o que atrapalha muito o efeito karaokê na hora de cantar.

Há também algumas melhoras significativas, o modo online é muito simples e divertido apesar da impossibilidade de ouvir os vocais de quem está do outro lado da tela (pelo menos da versão do Wii). Outra melhora é uma contagem regressiva após qualquer pausa, que dá tempo da sua banda voltar aos trilhos após uma pausa de emergência para atender ao telefone, por exemplo.

Outra mudança que foi feita para manter a integridade do mito é a ausência de vaias após uma seqüência de notas erradas, mas isso não incomoda em nada.

Para os novatos, é uma excelente oportunidade para aprender a manejar a guitarrinha de plástico e conhecer o universo dos Beatles. No geral, o jogo é ligeiramente mais fácil que os outros “Rock Band” e todas as canções estão liberadas já na primeira partida, ou seja, há sempre uma música famosa pra se tocar ou cantar. Perfeito para reuniões de família, encontro de colegas ou aniversários. Enfim, onde houver gente bêbada.

Desta forma, somando ao bem-vindo lançamento de toda a discografia remasterizada, os Beatles finalmente entram no século XXI, e entram de sola, prontos para conquistar mais uma nova geração de fãs cujos pais nem eram nascidos quando este quarteto deixou Liverpool pra revolucionou o mundo.

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