Strike. A fama de bonzinho foi pra canaleta.

Ontem caiu na internet um vídeo onde o baterista da banda Strike, revelação dos prêmios Multishow e VMB 2009, faz uma brincadeira de péssimo gosto. Carlos Eduardo Costa e Silva, o Cadu, pega um copo, enche com sua própria urina, mistura com outras bebidas e oferece para uma fã, que foi convidada a entrar no camarim com a banda.

Todo o acontecimento foi gravado com o consentimento da banda e fará parte do programa 'Rock Estrada', do Multishow, que mostra o cotidiano das bandas e suas intimidades. Acho que foram fundo demais na intimidade. O mais sinistro do vídeo que se espalhou feito praga é que ninguém, entre membros da banda, roadies, puxa-sacos, sanguessugas, enfim, a entourage habitual se toca do potencial de repercussão negativa que aquele trote poderia causar. Apenas um cara ensaia um “deixa disso”.

Depois de apostar uma grana para beber a própria urina, Cadu anuncia que vai chamar uma mulher pra beber, e a faz beber uma, duas vezes na frente da câmera. O resultado foram hordas de pessoas criticando e atacando a banda e o baterista por ter feito algo tão absurdo com uma fã. Logo uma fã! Vamos aos fatos.

Na década de setenta, a lendária banda de Rock Led Zeppelin conta com um episódio marcante pelo bizarro. Os caras levaram uma groupie para o camarim e, entre outras bizarrices sexuais, literalmente enfiaram uma truta viva dentro da vagina da garota. Todos os fãs contam esse episódio com orgulho. Na mesma década a banda punk Sex Pistols ficou famosa por cuspir e arremessar latas de cerveja em seu publico durante os shows. Os fãs acham o máximo. Obviamente não estou aqui comparando as bandas, Deus me livre.

Agora, todo mundo (todo mundo quero dizer uma parcela da mídia especializada, como diria Caetano Veloso) debocha das bandas Emo, que são frangotes, chorões, covardes e demasiadamente bonzinhos. Pô, quando os caras resolvem fazer algo realmente punk, radical, grosseiro, escatológico e grotesco vêm posar de moralistas. Tenham dó.

Aí vocês vão me perguntar: “E se fosse a sua filha?”. Olha, eu espero ensinar três coisas
fundamentais sobre o rock para ela.

1- Não aceite bebidas de estranhos, nunca!

2- Não frequente backstage.

3- Nunca, em hipótese nenhuma, ouça emocore.

Claro que eu não acho que foi algo admirável, estou discordando é da crítica inquisitória que se instaurou. Coisa de quem não entende nada de Rock n Roll, o filho do diabo. A brincadeira foi ridícula, barata e escrota, combinando bem com o som que os caras fazem, mas o foco dos comentários é que está errado. O batera se defendeu em seu twitter dizendo que a menina em questão era sua amiga pessoal (leia-se groupie). Ah, Cadu, porque não avisou antes? Aí pode. Groupie tá aí é pra isso mesmo. Pior que beber mijo é ouvir merda.

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