sexta-feira, 29 de maio de 2009

As cidades da Copa de 2014

A Fifa anuncia no domingo, em Nassau, nas Bahamas as 12 cidades que sediarão os jogos da Copa de 2014. Deu a regra:

Rio de Janeiro
São Paulo
Belo Horizonte
Porto Alegre
Curitiba
Brasília
Cuiabá
Manaus
Fortaleza
Salvador
Recife
Natal

O Maracanã sera o palco da final, (remember 1950), São paulo está quebrando o pau com Belo Horizonte pelo jogo de abertura. Manaus é a sede representante da Região Norte, Cuiabá venceu Campo Grande e Florianópolis perdeu a luta com Natal.

A SET TEM SETE VIDAS

Uma das primeiras revistas que eu tenho memória de colecionar, depois da Turma da Mônica é a SET. Um amigo do meu pai assinava e sempre me enviava números antigos para mim, que guardava tudo. Li na revista resenhas sobre muitos filmes da década de 90 que eu ia demorar um tempão pra ver, já que na minha cidade nem cinema tinha. Continuei acompanhando a revista, quando eu tinha um programa de rádio (rádio uma coisa que existia antes do podcast, vocês não devem conhecer) o Cinema FM, era a SET que quebrava meu galho com as pautas.

Esse ano a SET morreu. Seguiu o mesmo destino da saudosa Showbizz e parou de ser publicada. Mas não há mal que dure pra sempre, não é mesmo?

Felizmente, a revista SET está de volta*.No próximo dia 5 chega às bancas de todo o Brasil a NOVA SET, com o projeto gráfico e editorial reformulado buscando uma melhor integração com o mercado nacional.

O “primeiro” número, a revista, que traz um especial sobre "O exterminador do futuro - A salvação", está sendo editada agora por uma equipe carioca formada por Mario Marques (publisher) e Carlos Helí de Almeida, Marco Antonio Barbosa, Nelson Gobbi e Robert Halfoun (editores). A SET é reforçada com três novos colunistas: Luiz Noronha (Ex-editor do Segundo Caderno do Globo, sócio da Conspiração Filmes), Pedro Butcher (crítico da Folha de São Paulo e editor do site Filme B) e Marcelo Cajueiro (correspondente no Brasil da revista "Variety").

Agora é esperar e desejar uma longa vida à nova SET.

* Dica em primeira mão do meu amigo Ricardo Schott, que passou a boa notícia pra gente publicar aqui

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Atlantis

Um maluco teve as manhas de fotografas o Ônibus espacial Atlantis quando ele passava na frente do sol. Veja as fotos e o telescópio do sujeito.

Álbuns Clássicos (#6)

Os Incíveis - Discografia (1963-1979) - segunda parte -

(Este mês esse texto meu foi publicado pela International Magazine do Marcelo Fróes. Pra quem não teve a oportunidade de comprar, reproduzo aqui o texto em duas partes)


1969 é o ano da explosão do tropicalismo. Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Tom Zé e outros artistas tomam a MPB de assalto com roupas multicoloridas, arranjos irreverentes e temas nacionais, flertando com o cafona, o provinciano e o brega em contraponto a um desejo de se modernizar e de se abrir ao mundo. Um filho hibrido da batalha entre as correntes reacionárias da MPB e a garotada do Iê,iê,iê.

Lançado um álbum simplesmente chamado de “Os Incríveis” (que tem uma capa que lembra “Village Green Preservation Society” dos Kinks.) a banda dá sinais de uma reverência ao Tropicalismo. Esta influência pode ser verificada na primeira faixa, a inspirada “Vendedor de Bananas” (um sambalanço de Jorge Ben) mais uma guinada no som do grupo e mais uma tentativa de se manter na vanguarda do que estava fazendo sucesso no Brasil. Soam modernas também “Que coisa Linda” com ataques de metal estilo Beatles, “Vendi os Bois, um “baioque” bem no estilo da época. Neste álbum ainda se destaca a canção “Jurema” de autoria de nada mais nada menos que Tim Maia, que só iria explodir para o sucesso no ano seguinte cantando a mesma canção em inglês.
Apesar de boas gravações, existem no disco baladas ao estilo Iê,iê,iê, que soam deslocadas, ultrapassadas e fora de contexto, lembrando uma época não muito distante, mas a esta altura, completamente destoante dos rumos que a música brasileira estava tomando.
Chega a década de setenta. O regime militar aperta mais e mais a produção musical e a censura afia suas garras. Há um esvaziamento (forçado) do Tropicalismo e a música brasileira perde seus melhores e mais inventivos interpretes e compositores, que ou se mudam ou são mudados para o exterior. O rock nacional fica totalmente sem referencial e completamente subserviente às influências do Hard Rock e do Progressivismo, palavras de ordem na Inglaterra e Estados Unidos.

Em 1970 os Incríveis lançam mais um álbum homônimo em que, como sugere a capa, seria um raio-X da banda. Um ataque da guitarra na primeira faixa “Adeus, amigo vagabundo” (Emprestando o riff de “Foxy Lady” numa homenagem a Jimmi Hendrix, falecido neste mesmo ano) abre o LP. Há ainda uma curiosa tentativa de flertar com o Soul nacional de Tim Maia, o mesmo que emprestara uma canção à banda no ano anterior.
Nesta época estavam em evidência as músicas ufanistas e patrióticas, que falavam de um Brasil do futuro, vitorioso e feliz, bem no ritmo do “milagre econômico” da ditadura no meio delas existia “Eu te amo meu Brasil”, escrita pela dupla Dom & Ravel. Os incríveis pegaram essa bomba-relógio quente pra gravar. A gravação gerou uma polêmica devastadora para o grupo. Qualquer manifestação de apoio à ditadura era considerada pela classe artística e crítica musical como uma ofensa imperdoável. Resultado: a versão dos Incríveis jogou o nome da banda no paredão do patrulhamento ideológico.

O tema é realmente controverso, mas uma audição atenta revela um tom de ironia, (tanto no ritmo de fanfarra quanto na debochada “lalálá” dos backing vocals ou nos gritos no fundo do estúdio) que talvez não tenha sido bem compreendido. A gravação, talvez até involuntariamente, soa como uma irreverente e ácida crítica ao oba-oba do “Milagre Brasileiro”. Mas parece que a época não era de brincadeira.Outra marca da década de setenta foram as explosão dos discos conceituais. No Brasil era uma época de escapismo do estrangulamento da censura e da ditadura.

Parece que foi esta a intenção de “1910”, o álbum seguinte. O conceito propunha uma volta à década de 10, fugindo de todas as inconsistências dos anos 70. Para uma banda que aquela altura estava sendo pressionada tanto pela esquerda quanto pela direita, nada mais lógico. A faixa inicial “1910” (um soul/rock/balada) é consagradora. A letra, ritmo, melodia, tudo é muito criativo, divertido e refrescante. As músicas “Sem Vergonheira”, “Na Baixa do Sapateiro” apresentam uma banda madura, e divertida.
capa segue o conceito, com os membros da banda vestidos em ternos clássicos numa foto de época. Justamente o disco que apresentava o trabalho mais original dos Incríveis, “1910” sofreu com o desprestígio da banda depois de toda a polêmica. O rótulo de vendidos e de colaboradores do regime militar era pesado demais. Além disso, as divergências criativas se acentuavam. Os músicos então resolveram então encerrar as atividades e alguns dos integrantes formaram outros conjuntos importantes para o desenvolvimento do rock nacional como Casa das Máquinas e O Som nosso de Cada Dia.
Em 1973, Mingo, Nenê e Risonho se juntaram para gravar mais um discos, “Mingo, Nenê e Risonho – Os Incríveis”, um álbum um pouco deslocado, com um ar melancólico de fim de festa. Sem foco, o álbum traz um cover de Dolores Duran e Tom Jobim e até uma música inspirado em entidades da umbanda. Destaque apenas para “Estou a Perigo” que tem verso “money que é good nóis não have”, imortalizada depois pelos Mamonas Assassinas.
Nessa época gravam também um raríssimo compacto com o Hino Nacional Brasileiro e o Hino da Independência (um brinde do sabão em pó Rinso), assumindo de vez o estigma de colaboradores da ditadura.
Já em 1975 lançaram “Isso é felicidade”, um equívoco do início ao fim. A balada “Você vai ser mamãe” é uma epopéia do brega, entrando pra história como uma das piores canções escritas em língua portuguesa em todos os tempos. A faixa-título fez relativo sucesso nas rádios e só.
Descendo sem freios a ladeira da decadência, lançaram “Os Sucessos das Paradas” (1979), onde a banda tira até uma casquinha da Disco Music regravando, entre outras pérolas, “YMCA” do Village People. Quem pensava que a banda já estava no fundo do poço descobriu que o fundo do poço tinha porão. Os Incríveis ainda se reuniria em 1980 para gravar e realizar shows, mas já em tom de nostalgia, apenas pra fazer uns trocados e reformar o apartamento.
Em suma, Os Incríveis cruzaram audaciosamente os conturbados anos 60 e 70 navegando no turbulento mar de influências e tendências que se chocavam naqueles anos loucos. Apesar de nunca terem sido exatamente “vanguarda”. Sua contribuição não só para o rock quanto para a música brasileira é inestimável e infelizmente subestimada, como muito e muitos grandes artistas de nosso país.

Dj Malboro acusado de Pedofilia

A história contada às 8 da manhã na Band pelo Datena, (aliás, horário apropriado, não?) me deixou bolado. Um dos criadores do movimento Funk Carioca estaria tocando criancinhas, e não tocando PARA criancinhas. (Nos dois casos seria abuso infantil de qualquer maneira)

Segundo os pais da menina de 4 anos, o lider do Funk Carioca atraía as meninas para um sítio em Mangaratiba e abusava sexualmente das crianças. O caso estava em sigilo e foi revelado à imprensa ontem, fazendo a alegria do sensacionalismo jornalístico. Depois da explosão, outros casos bizarros envolvendo Malboro já começaram a aparecer.

Culpado ou não, pode se dizer que a carreira do cara, que já tocou muito no programa da Xuxa (que também tem histórico de...deixa pra lá), foi pro vinagre.

Com todo esse caso podemos chegar a duas conclusões:

Misturar funk com crianças definitivamente não poderia dar certo.

O sítio do Malboro é uma espécie de Neverland brasileira.

Por fim, com os comentários, o Away de Petrópolis


sexta-feira, 22 de maio de 2009

Silvio Santos morreu! (?)

Então, Silvio Santos morreu?
O Diabo uma hora dessa está gritando: "vem pra cá, veeem pra cááááá!"?
Maisa vai se vingar...pulando no caixão no velório e gritandor "é peruuuuuca!"

Não. Não foi dessa vez. Foi só um maluco que hakeou e postou a morte do rei do ma-oe no fuxico do Terra. Foi tão rápido, e a manchete foi retirada do ar, que só uns gatos pingados do twitter se preocuparam com a notícia.
(o print screen é cortesia da Rosana Herman do Querido Leitor

O engraçado (e perturbador) é que o próprio Silvio decretou sua morte em 2003, pra daí a seis anos. Ou seja, 2009! Siniiistro
olha o link!

Como diria Deus: Lá vem o Sílvio lá, lalalala-lala

Sério mesmo, gente, temos que nos preparar psicologicamente para a morte do Sílvio....Afinal ele já teve ter uns 113 anos.

O outro lado dos Super-Heróis

Zeb Wells é um maluco que faz hilários filmes com paródias dos super-heróis da marvel. Cheio de referências aos personagens e à cultura pop, Wells usa e abusa do tosco criando um estilo que não há como um nerd não gargalhar. Coisa de gênio. Vou postar alguns dos vídeos que estão no youtube:

Aniversário do professor Xavier. Com todo o stress do combate ao crime, os heróis quase nunca tem tempo de se diverdir, mas quando fazem.... Churrascão para comemorar o niver do professor Xavier. Destaque para o "Estrela Polar" que foi o primeiro personagem da Marvel a sair do armário.



Dia dos Pais. Uma singela homenagem aos pais heróis e seus filhos entediados. Atenção para o Nick Fury....



Top Gun. Numa paródia a famosa cena do volei de praia no filme Ases Indomáveis, os heróis se reúnem para um partidão de Volei


Real World - Metropolis. Esse aqui faz uma paródia do antigo reallity show da MTV, mas com um crossover Marvel DC. Um Thor viciado, uma supergirl alcoolatra e histérica entre outros problemas adolescentes. Fica a engraçada fala do Estrela Polar: "Eles me tratam assim só porque eu sou um pouquinho diferente, é duro ser Canadense"



Ah, o diretor Zeb Wells faz o papel do Thor nos videos.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

O dia em que eu (quase) fui o Erasmo Carlos

No início do ano algo estranho e inusitado me aconteceu. Algo que, agora que já passou bastante tempo eu posso dividir com vocês.

Como muitos sabem, sou responsável pela comunidade oficial "Erasmo Carlos" do Orkut e pelo Projeto Tremendão, que reuniu bandas independentes para gravar músicas dos anos 70 do Erasmo.

Devido a essa proximidade com a obra do cantor, um dia fui contatado por uma produtora paulista que me perguntava se eu conhecia alguém parecido com o Erasmo jovem para fazer o papel dele em um comercial de TV junto com um sósia do Roberto jovem.

Bem, perguntei, se tem alguém que mudou muito com os anos foi o Tremendão. Mandei algumas fotos antigas para ela se decidir qual aparência ela queria. Acabou se decidindo por uma daquela fase Elvis, com topete e costeleta.

A gentil produtrora ainda completou: “a gente queria uma coisa tipo aquela sua foto no Orkut”. Ao ouvir um: “sou eu mesmo naquela foto”, ela prontamente perguntou:

“Ah meu, porque você não faz o Erasmo?”

Eu tenho plena consciência de que, além de não ser ator, não guardo um só traço ou característica física do Tremendão, meu cabelo é castanho e liso, o dele encaracolado e negro, minha pele é clara a dele morena, meu nariz é pontudo o dele redondo. Porém, com a insistência da moça e ao saber do cachê (alguns zerinhos interessantes) topei o desafio. Tinha que mandar um vídeo no dia seguinte, mas por total falta de tempo, tentei entrar em contato para conseguir mais tempo.

Porém, a moça sumiu, não mais ligou, nem estava disponível no telefone. Depois descobri que já tinham escolhido os atores. Pra mim foi um misto de alívio e decepção. Apesar de não ter o menor talento ou aparência para o papel, teria realmente gostado de interpretá-lo.

No fim, a campanha acabou indo ao ar, mas o comercial não... Usaram uma idéia diferente, que nem chegava perto da que me enviaram (uma conversa de Roberto e Erasmo). Não sei porque. Provavelmente pela dificuldade de se liberar a música, a impossibilidade de se negociar qualquer coisa que envolva a imagem do Roberto, o cliente chiou do orçamento ou simplesmente porque pensaram em algo melhor.

Quem trabalha em agência de propaganda sabe que isso acontece muito, você tem uma boa idéia que simplesmente não tem condições (logísticas, financeiras ou técnicas) de ser realizada.

Ficou a história que hoje compartilho com vocês.

Vai aí também o demo do que seria o comercial do Guaraná Antarctica 3 litros, onde eu “quase” fui o Erasmo.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Edarem - o artista

Tem coisas que me dão medo. Tem coisas que me dão muito medo. E tem essas coisas como o vídeo abaixo.
Trata-se do Edarem, uma espécie de clone do Emmet Brown com o maluco do Contos da Cripta cantando Pretty Woman. Edarem quer ser a nova sensação do youtube provando que não é só mais um rostinho bonito no mundo da música.




Não sei como vou dormir agora....

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Álbuns Clássicos (#6)

Os Incíveis - Discografia (1963-1979)
(Este mês esse texto meu foi publicado pela International Magazine do Marcelo Fróes. Pra quem não teve a oportunidade de comprar, reproduzo aqui o texto em duas partes)

Os Incríveis e a incrível aventura em busca do sucesso (parte1)

Talvez sejam nos chamados anos sessenta (por anos sessenta vamos compreender aqui, o período entre 1958-1969) que a música brasileira viu as maiores transformações em termos de estrutura, arranjo, melodia, ritmo, estética, contexto e tema: o fim dos anos dourados de JK, os turbulentos anos Quadros, a virada para a esquerda de Jango, o Golpe Militar. No exterior não foi diferente, Guerra fria, Vietnã, Luta pelos direitos civis e contracultura hippie deram a tônica desses anos. Como fenômeno sociocultural e principalmente de reflexão social, a música popular acompanhou todas essas influências mudando e se reinventando radicalmente ano após ano desde o lançamento da suavidade elegante da Bossa Nova, até a explosão sensacionalista do Tropicalismo.

E o que que isso tudo tem a ver com “Os Incríveis”? Tudo. São poucas as bandas da época em que pode-se perceber as nuances desta paleta de influências tão claramente como em sua discografia. Então, vamos analisar os discos lançados pelo sexteto durante este período e indo além, observando o rumo que o grupo toma até o fim da década de setenta. Encontrando em cada um deles, sinais da transformação estética da MPB neste período.

No início dos anos 60 havia uma banda de rock paulistana chamada “The Clevers”. Formada por Domingos Orlando, ou "Mingo" (voz e guitarra), Waldemar Mozema, "Risonho" (guitarra), Antônio Rosas Seixas, "Manito" (teclados, vocal e sax), Luiz Franco Thomaz, "Netinho" (bateria), Demerval Teixeira Rodrigues, "Neno" (baixo), que foi substituído em 1965 por Lívio Benvenuti Júnior, o "Nenê". No início a banda tocava covers das bandas The Shadows e The Ventures, twists e sucessos da Jovem Guarda. Por problemas legais (Um ex-empresário se apossou do nome, batizou outro conjunto como “Clevers” e ameaçou processar a banda antiga), tiveram que trocar o nome do grupo, se lançando como os “Incríveis Clevers” e depois apenas “Os Incríveis”. Apesar da bizarra troca de nome no auge do fenômeno da Jovem Guarda, o grupo seguiu firme se apresentando na TV e gravando canções. Hits como “O Milionário” alcançaram sucesso e catapultaram álbuns entre 63 e 66 e fizeram dos Incríveis a banda de rock preferida do Brasil. Chegaram até mesmo a lançar um disco em espanhol “Los Increíbles” tocaram ao vivo na Europa, compraram equipamentos modernos e roupas da moda na Swingin London e fizeram uma vitoriosa turnê ao Japão que acabou em single. Em meados da década Os Incríveis eram famosos no Brasil e no exterior e tinham os melhores equipamentos de som e de luz do país.

Em 1967, com o esgotamento da fórmula estética do Iê,iê,iê, coube a banda se segurar onde podia tentando tatear o sucesso. Os Beatles (no momento a principal referência) estavam entrando em conceitos bem mais diversificados como misticismo, psicodelia, crítica social, experimentalismos, coisa que muitas bandas de rock tentariam emular, mas pouquíssimas conseguiriam realmente. Grupos como Brazillian Bitles, Beat Boys, Liverpool, Brasas tentaram desesperadamente deixar seu som mais “moderno” muitas vezes com resultados que beiram o humor involuntário. Os Incríveis também tentaram.

Vieram os álbuns de 1967 “Neste Mundo Louco”(trilha sonora de um filme homônimo gravado durante a turnê Européia) e “Para os jovens que amaram os Beatles e os Rolling Stones”. O primeiro é uma coleção descomprometida de diversas canções em inglês como “Hold Tight” do grupo britânico Dave Dee, Dozy, Beaky, Mick & Tich e uma curiosa versão de “Mamãe passou açúcar em mim”, que Carlos Imperial jurava que seria gravada pelos Rolling Stones.

Um dos méritos dos Incríveis era que por contar com ótimos músicos e vir do rock instrumental, rápido e preciso. Com isso a banda era extremamente entrosada e tocava muito bem. “Para os jovens...” conta com diversas faixas instrumentais, além disso, os arranjos são sensivelmente mais delicados, há uma preocupação maior com a harmonia vocal, num estilo que se aproxima ao dos Beach Boys (Há inclusive “Nosso Trato” uma boa versão de “Dont Worry Baby” do quinteto californiano). Por outro lado “Era um garoto que como eu amava os Beatles o os Rolling Stones” (G. Morandi, versão de Brancato Jr.) traz pela primeira vez o tema da Guerra do Vietnã para a música pop brasileira. A música é um sucesso e dá longevidade e principalmente credibilidade ao grupo. Essa canção aliás, mais de 20 anos depois seria ressuscitada pelos gaúchos do “Engenheiros do Havaí”. Visualmente, a partir daqui veremos mudanças nas capas dos álbuns: cores psicodélicas, tratamento artístico, tipografia no estilo da época. As roupas também flertam com a psicodelia.

No auge do sucesso, a banda ganhou fôlego para experimentar coisas novas. Em 1968 lançam “Os incríveis Internacionais” numa clara tentativa de elevar seu som a um nível “exportação”. A música brasileira como um todo estava se abrindo ao estrangeiro, o Tropicalismo estava nascendo, Caetano Veloso e Gilberto Gil defendiam o Som Universal com “Alegria, Alegria” (que tirara "Era um garoto..." do topo das paradas) e “Domingo no Parque”. Na mesma época o rei da Jovem Guarda Roberto Carlos voltava seu repertório para um espírito Soul, abusando dos metais e da voz rasgada. Esse espírito se reflete claramente neste álbum.

“Os Incríveis Internacionais” gravam em inglês, apresentando uma excelente cover bluseira dos Stones em “Time is on my Side” e uma duvidosa gravação de I Fell Good, sucesso na voz de James Brown. Ainda temos tentativas de fazer um som debochado como o dos Mutantes, o que pode-se ver no estilo de canto irreverente e nas risadas involuntárias capturadas nas gravações e até mesmo na inacreditável “Pirolito”, que quase destrói um bom álbum. Ainda neste LP, vê-se reflexos da vitoriosa turnê ao Japão citada, que foi tão emocionante e consagradora para os Incríveis que rendeu três faixas: “Kokorono-NIji” “Sayonara, Sayonara” e “I love you, Tokio” (com partes cantadas em japonês!).

(continua)


quinta-feira, 14 de maio de 2009

Waiting to take you awaaaay

Essa semana fui convidado pelo grande Ulisses Mattos para entrar na Kombi do Twitter. O tema dessa semana é Beatles! Que honra! Se você tem twitter e quer receber comentários, notícias, piadas e curiosidades sobre o quarteto de Liverpool siga @Na_Kombi



Veja quem está neste Magical Mystery Tour:

Ronald Rios (http://twitter.com/ronaldrios): Sócio na produtora Badalhoca Pictures, que tem um blog no site da MTV e um quadro no programa Portal MTV. O jovem comediante é especializado em indie rock, mas sabe muito de Beatles. (RR)

Fernanda Oliveira (http://twitter.com/andafern): Assessora de marketing e autora do blog Eu Diria Que. Outra jovem conhecedora da música do quarteto de Liverpool. (FO)

Gustavo de Almeida (http://twitter.com/gustones): Jornalista e um dos autores do cada vez mais lido blog Eclipse. Fanático pelos Rolling Stones desde criança, acha que Beatles é a forma menos dolorosa de nos lembrar que somos mortais. (GA)

Eduardo Zulian (http://twitter.com/ezulian): Desenvolvedor web e membro da comunidade brasileira de WordPress. Colabora em alguns dos mais badalados tumblrs (espécie de blogs com predominância de fotos), como o Kurt com o Gato (outros prefere não se identificar como autor). É fã de Beatles desde que sua mãe disse que Big me, do Foo Fighters, parecia uma música dos garotos de Liverpool. (EZ)

Pablo Peixoto (http://twitter.com/Pablo_Peixoto): Jornalista, publicitário, roteirista e doutorando em sociologia da cultura. Autor do blog Pérolas Para Porcos e viciado em Beatles. (PP)

UIisses Mattos, o Odisseu Kapyn (http://twitter.com/ulissesmattos): Jornalista e editor da revista M… e da M… Online. Foi colunista do Jornal do Brasil e do site Cocadaboa.com e atua em stand-up comedy. Uma vez por ano participa de um encontro secreto na casa de amigos para realizar o Dia Beatle. (UM)

Silvio Lach (http://twitter.com/silviolach): Publicitário e editor da revista M… e da M… Online. Ex-colunista de humor no Pasquim 21 e no Jornal do Brasil, no Twitter Silvio está fazendo uma espécie de microblog de humor. Sabe que Beatles é aquela banda que canta “Help” e são os reis do ié-ié-ié. (SL)

Os textos são roubados daqui



quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pérolas do Cinema (#5)

Fanboys (2009-Kyle Newman)

Qual o nome do planeta que a princesa Leia declarou ser a base rebelde? Qual o nome do artilheiro de Luke Skywalker na batalha de Hoth? Qual o nome do planeta natal de Chewbacca? Se você sabe a resposta de pelo menos uma dessas perguntas você vai gostar muito do filme FanBoys.

Na história,passada no ano de 1998, 4 amigos (Eric, Linus, Hutch e Windows) fãs de Star Wars resolvem fazer uma viagem, cruzando os EUA até a Califórnia, invadir o Rancho Skywalker de George Lucas e assistir o episódio I (Ameaça Fantasma) antes do lançamento. A aventura se justifica porque um dos garotos tem um câncer terminal e não terá a chance de assistir ao filme no dia do lançamento marcado.

A partir daí segue uma road trip entupida de referências ao universo de Star Wars e, claro, diversas provocações aos seus maiores desafetos, os Trekers (fãs do universo de Star Treck).

O filme é uma despretenciosa homenagem à mitologia criada por Lucas, com momentos muito divertidos, mas todos os clichês de filmes de adolecentes também estão lá. Muitos já vistos em produções semelhantes como Detroit Rock City, por exemplo.

As participações especiais também são uma diversão a parte, com Billy Dee Willliams (o Lando Carlrissian) Carrie Fisher (Princesa Leia) Ray Pack (Darth Maul), os ícones Nerd, Kevin Smith e Seth Rogen, além de um impagável William Shatner, Totalmente no estilo "Justiça sem Limites" entregando os planos secretos da base de Lucas.

No mais, é um fime divertido, mas muito mais interessante para os (bem) iniciados no universo de Star Wars.

E você fica pensando: tudo isso por um filme que é uma porcaria? A cena final explica isso. Vale a pena conferir.

O treiler está aqui.

Cena para lembrar: A discussão sobre os beijos de Leia e Luke na trilogia original e Kristen Bell vestindo o biquini dourado da Princesa Leia.

Cena para esquecer: A forma com a qual um sanduiche pode higienizar um banheiro.

Cotação PPP: O recém-nascido vai quebrar a cara de quem chamar Han Solo de Bitch!!!



ROCK BAND DOS BEATLES? AGORA SIM!

Nunca me empolguei muito com a série Rock Band/Guitar hero. Sempre me perguntei porque as pessoas ao invés de aprender a tocar guitarra perdem horas dedilhando teclas coloridas como a gente fazia nos anos 80 com o Genius.

Da série Rock Band, onde, além da guitarra, você pode simular bateria, baixo e vocal, o uso do microfone me parece a alternativa mais lógica, pois você realmente canta. Pra quem gosta de videokê é uma boa. Vá lá, a bateria também deve ser divertida.

Apesar disso, já tinha decidido que esse estilo de jogo não me atraía e pronto.

Agora recebi um tuiro de misericórdia. Foi anunciado o Jogo Rock Band dos Beatles, com um pacote especial de lançamento, com pedestal e as réplicas no baixo Höfner usado por Paul McCartey e da Bateria Ludwig, usada pelo Ringo. Além de grande parte do catálogo dos rapazes de Liverpool.Agora não terei alternativa. Gastar uma graninha ($248) pra passar horas apertando botõezinhos coloridos ao som dos Beatles.

O lançamento é em 09/09/09 e o box já tem pré lançamento.

UPDATE: o jogo tem classificação 14 anos por conter referências ao cigarro: Grandes chances de ter "I'm so tired" ou "A day in the life"na lista.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Filmes NERDs conquistam as Bilheterias do cinema.

Há alguns anos, todos os nerds geeks e freaks não tem do que reclamar. A década de 00 foi rica em filmes com temática Nerd, começando pelo sucesso dos filmes de Super-Heróis, capitaneados pelos bem-sucedidos Spiderman e X-men. Mas algo aconteceu para que os filmes Nerds, que a princípio tinham boas bilheterias agora se transformam em explosivos sucessos de público ficando em primeiro lugar nas bilheterias. O exemplo de "Cavaleiro das Trevas" do ano passado e a dobradinha desta semana Star Treck/Wolverine, prova o que estou dizendo.

O que aconteceu? O que está acontecendo? Tenho uma teoria.

Com a massificação e popularização da internnet, os criadores de conteúdo independentes se estabeleceram num notável instrumento de formação de opinião. E sem medo de errar, a esmagadora maioria desses blogueiros são nerds. Nada mais lógico que puxem a sardinha para o lado deles, exaltando e recomendando seus gostos pessoais sem dó nem piedade.

O resultado: aumento das bilheterias. Por conta disso, algumas agências de publicidade antenadas pagam posts para que o dono do site/blog fale bem do filme, detonando uma discussão ética sobre o quão independente são so independentes, que não vou entrar nesse momento.

Lembro quando eu era pequeno, como era difícil encontrar pessoas que gostassem dos filmes, livros, músicas que eu gostava.

Quem diria que os nerds um dia se tranformariam em referência de qualquer coisa.